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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Amor aos pedaços - Pastor Ubirajara

Amor aos pedaços

A Igreja deve se apresentar à sua cidade de corpo inteiro e não apenas aos pedaços. Parece-me, no entanto, que não tem sido este o nosso comportamento durante os últimos séculos. Até agora, experimentamos uma diversidade denominacional que nem sempre consegue transmitir a visão de um corpo formado. Ver a coisa toda por partes é próprio de um certo extirpador chamado Jack .
Esta prática cirúrgica não vem do alto, antes é humana, animal e demoníaca (Tiago 3.15). Jesus nos transmitiu a forma como devemos nos apresentar ao mundo: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo. 13.35). Seremos conhecidos como cristãos se desenvolvermos a capacidade de nos apresentar à sociedade como uma só alma. “E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo”(At.2.46,47). 
Temos muito que agradecer à Reforma encabeçada por tantos homens de Deus que prestaram um serviço que somente a eternidade poderá revelar. Apesar de toda esta gratidão e reconhecimento sabemos que os ventos reformistas não atingiram trataram profundamente esta questão da unidade.
O movimento reformista se desencadeou em um mundo onde os meios de comunicação eram precários e foi encabeçado por líderes fortíssimos, homens de coragem e fé. As possibilidades de se assentarem à mesa para discutirem qual seria o melhor formato para aquele mover eram pequenas. Viram-se obrigados a pensar em termos mais regionais o que deu origem às denominações.
Na Alemanha, tivemos a iniciativa de Lutero que desencadeou o surgimento da Igreja Luterana, em Genebra, Calvino, um baluarte do Presbiterianismo, resolveu levantar sua bandeira e na poderosa Inglaterra o anglicanismo tomou forma. Outros reformadores se levantaram e desenvolveram seus métodos e seus credos. Foi um momento de grande efervescência espiritual.
Hoje as possibilidades de comunicação entre nós são imensas e neste sentido as barreiras caíram praticamente todas. Se for assim, o que nos impede de assentar à mesma mesa para comer do mesmo pão e repartir vidas, possibilidades, dons, talentos espaços e estratégias? 
Existe algo que nos distancia mais do que a diversidade cultural, os regionalismos e a ausência do aparato tecnológico da área das comunicações. São os preconceitos, a arrogância e o orgulho. Não tem unidade que resista a toda esta herança.
Há até quem deseje encabeçar um mover de unidade em sua cidade, desde que seja nos seus moldes. Alguns tomam iniciativas nesta área, mas quando se assentam para decidir como será constituída a liderança, a coisa fica feia. Há interesses políticos, econômicos, administrativos e pessoais.
Neste sentido o mundo sabe mais. Veja por exemplo a Europa que diante de toda aquela diversidade cultural e econômica acabou se tornando uma só. Se concordarmos que por detrás disto está o Espírito do Anticristo, então a constatação será ainda mais vergonhosa, pois seremos forçados a concordar que os Filhos do Diabo são mais espertos do que nós. Até o Diabo sabe que uma casa dividida contra si mesma não subsistirá. 
O grande desafio para este século é reconstruir o corpo de Cristo sem que precisemos destruir alicerces históricos da fé e da Palavra de Deus nem fazer sacrifícios comportamentais. Municiados do amor que junta os pedaços e une todas as partes num propósito sublime, podemos reconstruir o Corpo,. “Do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor” (Ef.4.16).
“Depois disto voltarei, E reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído, Levantá-lo-ei das suas ruínas, E tornarei a edificá-lo” (Atos 15.16). Um vento restaurador está soprando sobre a Igreja. Que venha logo Senhor. Nossa alma anseia por este despertar de vida celestial.
Ezequiel viu um vale cheio de ossos secos e desconectados entre si, o que era um sinal de morte. Somente depois dos ossos ganharem forma e formarem corpos com sentido é que o Espírito foi soprado (Ez. 37.1-10). 
A lição de Ezequiel parece-me muito clara: A falta de unidade nos condenará a não passaremos de um vale de ossos secos. Juntos poderemos formar um grande exército. Somente um corpo formado pode receber o sopro da vida que vem de Deus.

Ubirajara Crespo

Um comentário:

servo do altíssimo disse...

Ótimo artigo, dentro da visão bíblica de Igreja, o Corpo de Cristo, organismo vivo e organizado, não apenas uma organização pela qual muitas vezes banimos irmãos que não crêm e não pensam como nós, causando o " amor em pedaços."

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